RS 485: O MEIO FÍSICO MAIS APLICADO DO PROFIBUS.
A transmissão RS 485 é a tecnologia de
transmissão mais utilizada no PROFIBUS, embora
a fibra ótica possa ser usada em casos de longas
distâncias (maior do que 80 Km). Seguem as principais
características:<
· Transmissão Assíncrona NRZ.
·
Baud rates de 9.6 kBit/s a 12 Mbit/s, selecionável.
·
Par trançado com blindagem.
·
32 estações por segmento, máx. 127
estações.
·
Distância dependente da taxa de transmissão
(tabela 1).
·
Distância expansível até 10 Km com
o uso de repetidores.
·
9 PIN, D-Sub conector.
Normalmente se aplica em áreas envolvendo alta
taxa de transmissão, instalação
simples a um custo baixo. A estrutura do barramento permite
a adição e remoção de estações
sem influências em outras estações
com expansões posteriores sem nenhum efeito em
estações que já estão em
operação.
Quando o sistema é configurado, apenas uma única
taxa de transmissão é selecionada para
todos os dispositivos no barramento.
Há necessidade da terminação ativa
no barramento no começo e fim de cada segmento,
conforme a figura 1, sendo que, para manter a integridade
do sinal de comunicação, ambos terminadores
devem ser energizados.
Figura 1 – Cabeamento e terminação
para transmissão RS-485 no Profibus.
Para casos com mais de 32 estações ou
para redes densas, devem ser utilizados repetidores.
Segundo a EN50170,um máximo de 4 repetidores são
permitidos entre duas estações quaisquer.
Dependendo do fabricante e das características
do repetidor, mais de 4 repetidores é possível.
Podemos ter até 9 repetidores em cascata, lembrando
que não se recomenda um número maior devido
ao atrasos embutidos na rede e o comprometimento com
o slot time (máximo tempo que o mestre irá esperar
por uma resposta do slave).Veja figura 2 e 3.
O comprimento máximo do cabeamento depende da
velocidade de transmissão, conforme a tabela 1.
Figura
2 – Segmentação em instalações
Profibus.
Figura 3 – Regra geral de segmentação,
repetidor e bus terminador.
Baud rate (kbit/s) |
9.6 |
19.2 |
93.75 |
187.5 |
500 |
1500 |
12000 |
Comprimento / Segmento (m) |
1200 |
1200 |
1200 |
1000 |
400 |
200 |
100 |
Tabela 1 – Comprimento em função
da velocidade de transmissão com cabo tipo A.
O padrão Profibus considera a capacitância
máxima que pode ser considerada para cada taxa
de comunicação . A tabela 2 mostra os comprimentos
máximos dos troncos principais e dos spurs em
função do baud rate.
Baud rate (kbit/s) |
Tronco Máximo |
Spur Máximo |
9.6 |
500 |
500 |
19.2 |
500 |
500 |
93.75 |
900 |
100 |
187.5 |
967 |
33 |
500 |
380 |
20 |
1500 |
193.4 |
6.6 |
12000 |
100 |
0 |
Tabela 2 - Comprimentos máximos dos troncos principais
e dos spurs em função do baud rate.
A recomendação é que se coloque
um repetidor onde se quer criar braços além
do tronco principal. Certamente na prática pode-se
ter uma margem de 5% destes comprimentos máximos
e não há a necessidade de se comprar um
repetidor quando se ultrapassa os limites dentro desta
proporção. Observe sempre que o repetidor é um
elemento que deve ser alimentado.
Pode-se utilizar a seguinte regra para determinar a máxima
distância entre duas estações conforme
a taxa de comunicação, considerando-se
o número de repetidores:
(Nrep+1)*seg, onde Nrep é o máximo número
de repetidores em série e seg é o comprimento
máximo de um segmento de acordo com o baud rate.
Por exemplo, suponha que estejamos a uma taxa de 1500
kbit/s(onde de acordo com a tabela 1, temos distância
máxima de 200 m) e o fabricante de um determinado
repetidor recomende que se utilize no máximo 9
repetidores em série:
(9+1)*200 = 2000 m
Outro detalhe a ser observado na prática, de
acordo com a figura 3, é o uso dos terminadores
de barramento, onde preferencialmente o mestre está localizado
no início do barramento com um terminador ativo
e o último escravo, o mais distante do mestre,
também possui terminador ativo. Isto significa
que o último escravo deve permanecer alimentado
o tempo todo e por exemplo, durante sua manutenção
ou reposição, pode haver comunicação
intermitente com os outros devices.
Quando devido à arquitetura e/ou topologia tem-se
algo como a figura 4, onde se tem o mestre no meio do
barramento, deve-se colocar os terminadores no primeiro
escravo (o mais à esquerda do mestre) e no último
(o mais distante), mantendo-os sempre energizados. Aqui
também, durante a manutenção ou
reposição,
pode haver comunicação
intermitente com os outros devices.
Figura
4 – Mestre localizado no meio do barramento.
Evite colocar estações baseadas em PC
como último elemento da rede, pois durante o reset
a linha de +5 V no conector 9-in sub D fica desabilitada
e pode causar comunicação intermitente.
Neste caso, use terminação ativa.
As características desejáveis de um cabo
Profibus DP são:
·Área condutora: 0.34 mm2
(AWG 22).
·Impedância: 35 a 165 Ohms (nominal 150 Ohms) nas
freqüências de 3 a 20 Mhz.
·Capacitância: < 30 pF/m
·Resistência de Loop: < 110
Ohms/km
Pode-se determinar a resistência de loop da seguinte
maneira: faça um
curto entre os conectores em uma extremidade do cabo
e com um multímetro, meça a resistência
entre os dois conectores na outra extremidade e aplique
a seguinte fórmula:
Resistência de loop (Rs O/km) = Valor Medido (O)
* 1000 m / comprimento do cabo tomado como referência
(m)
Figura
5 – Medindo a resistência de loop.
Lembre-se que cabos com capacitâncias maiores
podem deformar as bordas e formas do sinal de comunicação
com a taxa de comunicação e, a comunicação
intermitente pode prevalecer. Cabos nos quais a resistência
de loop é muito alta e a capacitância for
menor que 30 pF/m podem ser utilizados, mas cuidado com
a atenuação do sinal deve ser observado.
Existem algumas regras que devem ser seguidas em termos
do cabeamento e a separação entre outros
cabos, quer sejam de sinais ou de potência. Se
bandejamentos ou calhas metálicas não estão
sendo usadas, observe as distâncias conforme tabela
3. Nunca passe o cabo Profibus ao lado de linhas de alta
potência; a indução é uma
fonte de ruído que afetará o sinal de comunicação.
|
Cabo
de comunicação Profibus |
Cabos
com e sem shield:60Vdc ou 25Vac e < 400Vac |
Cabos
com e sem shield: > 400Vac |
Qualquer
cabo sujeito a exposição
de raios |
Cabo de comunicação Profibus |
|
10 cm |
20 cm |
50 cm |
Cabos com e sem shield:60Vdc ou 25Vac e < 400Vac |
10 cm |
|
10 cm |
50 cm |
Cabos com e sem shield: > 400Vac |
20 cm |
10 cm |
|
50 cm |
Qualquer cabo sujeito a exposição
de raios |
50 cm |
50 cm |
50 cm |
|
Tabela 3 – Distâncias de separação
entre cabeamentos.
Sempre que estiver instalando cabo Profibus, no mínimo,
observe as recomendações NEC para instalações
classe 2.
Em termos do cabo, não existe nenhuma nomenclatura
padrão, mas na prática tem-se adotado,
condutores verde (A) e vermelho (B) para as linhas de
dados, sendo o B positivo e o A negativo.É conveniente
que se utilize as linhas A e B de forma continuada ao
longo de todo barramento, evitando-se inversões.
Evite cruzar cabos. Quando necessário, faça
cruzamentos perpendiculares.
Shield e aterramento
O shield (a malha, assim como a
lâmina de alumínio)
deve ser conectado ao terra funcional do sistema em ambas
as extremidades do cabo, de tal forma a proporcionar
uma ampla área de conexão com a superfície
condutiva aterrada.
Ao passar o cabo, deve-se ter o cuidado de que o shield
somente esteja aterrado nestes dois pontos. A mais efetiva
proteção se dá com os dois pontos
aterrados, onde se proporciona um caminho de baixa impedância
aos sinais de alta freqüência.
Mas em casos onde se tem um diferencial de tensão
entre os pontos de aterramento e não se consegue
passar junto ao cabeamento uma linha de equalização
de potencial (às vezes a própria calha
metálica pode ser usada ou um cabo AWG 10-12) é indicado
que se aterre somente um ponto. Veja a figura 6.
Quando se tem o aterramento nas duas extremidades, a
proteção e mais efetiva para uma ampla
faixa de freqüência, ao contrário do
aterramento em uma só extremidade, onde é mais
eficaz para as baixas freqüências.
Figura
6– Linha de Equipotencial.
Em termos de cabeamento, é recomendado o par
de fios trançados com 100% de cobertura do shield.
As melhores condições de atuação
do shield se dão com pelo menos 80% de cobertura.
Ao aterrar o shield em um só ponto, na outra extremidade
faça o devido acabamento, evitando que a malha
metálica fique encostando e dando contato com
pontos indesejáveis; isole-a adequadamente.
Quando se fala de shield e aterramento, na prática
existem outras maneiras de tratar este assunto e existem
muitas controvérsias, como por exemplo, o aterramento
do shield pode ser feito em cada estação
através do conector 9-pin sub D, onde a carcaça
do conector dá contato com o shield neste ponto
e ao conectar na estação é aterrado.
Este caso porém deve ser analisado pontualmente
e verificado em cada ponto a graduação
de potencial dos terras e se necessário, equalize
estes pontos.
Um outro cuidado que se deve tomar é o excesso
de terminação; alguns devices possuem terminação
on-board.
Figura
7 – Detalhe do conector 9-pin sub D.
A figura 8 mostra detalhes de cabeamento, shield e aterramento
quando se tem áreas distintas.
Figura
8 – Detalhe de cabeamento em áreas
distintas com potenciais de terras equalizados.
Dicas gerais