César Cassiolato (*)
O comprimento total do cabo PROFIBUS PA deve ser totalizado desde a saída do ponto de conversão DP/PA até o ponto mais distante do segmento, considerando as derivações. Vale lembrar que braços menores que 1 m não entram nesse cálculo.
O comprimento total do cabeamento é a somatória do tamanho do trunk (barramento principal) e todos os spurs (derivações maiores que 1 m), sendo que, com cabo do tipo A, deve possuir no máximo 1.900 m em áreas não seguras. Em áreas seguras com cabo tipo A, pode chegar no máximo a 1.000 m, considerando que os spurs não podem exceder 30 m.
Em termos de instalação e distribuição, é recomendado evitar splice, ou seja, qualquer parte da rede que tenha um meio condutor especificado e um comprimento descontínuo menor que 1 m, como: remoção de blindagem, troca do diâmetro do fio e conexão a terminais nus. Em redes com comprimento total maior que 400 m, a somatória dos comprimentos de todos os splices não deve ultrapassar 2% do comprimento total. Em comprimentos menores que 400 m, não deve exceder 8 m.
O comprimento máximo de um segmento PA, quando se utiliza cabo de tipos diferentes, fica limitado de acordo com a seguinte fórmula:
Onde:
- LA: Comprimento do cabo A;
- LB: Comprimento do cabo B;
- LC: Comprimento do cabo C;
- LD: Comprimento do cabo D;
- LA max: Comprimento máximo permitido com o cabo A (1900 m);
- LB max: Comprimento máximo permitido com o cabo B (1200 m);
- LC max: Comprimento máximo permitido com o cabo C (400 m);
- LD max: Comprimento máximo permitido com o cabo D (200 m).
Com relação aos braços (spurs), é necessário estar atento aos comprimentos deles. A quantidade de equipamentos PA (devem ser considerados os repetidores, quando houver) deve estar de acordo com a Tabela 1. Em áreas classificadas, o spur máximo deve ser de 30 m.
Tabela 1 – Spur x número de equipamentos PA
Obs: O limite de capacitância do cabo deve ser considerado desde que o efeito no sinal de um spur seja menor que 300 m e se assemelhe a um capacitor. Na ausência de dados do fabricante do cabo, um valor de 0.15 nF/m pode ser utilizado para cabos PROFIBUS.
CT = (Cs + Ls)*Cd
Onde:
- CT: Capacitância total em nF;
- Ls: Comprimento do spur em m;
- Cs: Capacitância do fio por segmento em nF (padrão: 0,15);
- Cd: Capacitância do equipamento PA.
A atenuação associada a essa capacitância é 0,035 dB/nF. Sendo assim, a atenuação total vale:
A = CT*Ls*0,035 dB/nF < 14dB
Sendo que 14 dB é o que permitirá o mínimo de sinal necessário para haver condições de detectá-lo com integridade.
Existem algumas regras que devem ser seguidas, em termos do cabeamento e da separação entre outros cabos, quer sejam de sinais ou de potência. Deve-se preferencialmente utilizar bandejas ou calhas metálicas, observando as distâncias conforme a tabela 2.
Nunca se deve passar o cabo PROFIBUS PA ao lado de linhas de alta potência, pois a indução é uma fonte de ruído e pode afetar o sinal de comunicação. Além disso, o sinal PROFIBUS deve ser isolado de fontes de ruídos, como cabos de força, motores e inversores de frequência.
Recomenda-se colocar o cabo PROFIBUS em guias e calhas separadas. O ideal é utilizar canaletas de alumínio, onde se tem a blindagem eletromagnética externa e interna. As correntes de Foucault são praticamente imunes, devido à boa condutibilidade elétrica do alumínio. Convém lembrar que o cruzamento entre os cabos deve ser feito em ângulo de 90°.
Tabela 2 – Distâncias mínimas de separação entre cabeamentos
Para mais detalhes, acesse: www.vivaceinstruments.com.br/pt/artigo/profibus-dicas-de-instalacao
(*) César Cassiolato – Vivace Process Instruments