O VVP10 é um posicionador inteligente, sem contato, e foi projetado para trabalhar com acionadores de válvulas lineares ou rotativas, proporcionando precisão e controle com alta disponibilidade e confiabilidade. Permite fácil instalação e comissionamento e é adequado para vários tipos de válvulas, independentemente do tipo e do tamanho.
O posicionador de válvula é de extrema importância em qualquer área industrial, trabalhando como elemento final de controle acoplado a atuadores e válvulas, que deve atender a uma série de requisitos operacionais e de segurança que, com a utilização da tecnologia do sensor Hall, pode-se conseguir facilmente:
Alta sensibilidade;
Suportar altas temperaturas;
Erros desprezíveis de linearidade;
Erros desprezíveis com vibração;
Repetibilidade e estabilidade, minimizando consumos e reduzindo a variabilidade dos processos;
Alta confiabilidade, garantindo continuidade e segurança operacional;
Versatilidade, flexibilidade de uso independente do fabricante e tipo de válvula/atuador, assim como o curso de movimento, facilitando adequação a novas demandas;
Fácil operação, com mínimos ajustes, simplificando instalação, operação e manutenção, reduzindo o downtime de operação e;
Prover funções avançadas de diagnose, proporcionando redução de custos operacionais e de manutenção, economia de tempo e melhorando a condição do processo, garantindo a otimização e melhoria contínua dos processos.
Diagnósticos em posicionadores de válvulas permitem que o usuário tenha informações que o ajudem a avaliar ou solucionar problemas, tomando a decisão de quais válvulas de controle precisarão ser retiradas de serviço durante a próxima parada programada.
Se analisarmos desde o início da automação industrial até hoje, veremos o quanto o uso de válvulas e suas exigências com a performance, segurança pessoal, patrimonial e ambiental evoluíram.
Para melhorar o desempenho e a confiabilidade da válvula de controle, os processos passam a utilizar os posicionadores. Os posicionadores digitais tem, hoje, a capacidade de monitorar a intensidade e a forma de utilização das válvulas de controle, apontando para as possibilidades, em futuro próximo ou distante, da necessidade de intervenção do pessoal de manutenção antes mesmo que a válvula venha a apresentar algum tipo de problema. Por outro lado, o posicionador auxilia a identificação de válvulas que não necessitam manutenção. Essa facilidade nos posicionadores é chamada função diagnósticos e que veremos a seguir alguns deles.
FULL STROKE TEST (FST)
Teste que verifica o desempenho do sistema em toda sua excursão, variando o Setpoint de 0% a 100% e retornando a 0%, em passos suaves para que as leituras da posição e das pressões de saída sejam efetuadas e arquivadas. Disponível apenas nos modelos com sensores de pressão integrados, esse teste também é normalmente chamado de Assinatura da Válvula, por mapear os possíveis pontos de emperramento (stuckness) do sistema.
Esse teste não exige nenhum tipo de configuração do usuário e gera apenas o alarme de emperramento total do sistema (NO MOVEMENT/LOW AIR SUPPLY). No gráfico abaixo, temos um exemplo de curva de um sistema simples ação (retorno por mola) após o Full Stroke Test. Note que existe um ponto P1 que indica um leve aumento na pressão a fim de manter a posição, seguido pela normalização dela, formando um “calo”. Essa condição nos indica um leve emperramento do sistema, uma vez que a pressão linear não foi suficiente para movimentar o sistema naquele ponto.
Além disso, note que existe um distanciamento entre a curva de abertura (azul) e de fechamento (vermelha). Essa separação é chamada de histerese do sistema e, quanto maior seu valor, maior a diferença entre as pressões de abertura e fechamento para um mesmo ponto do sistema, o que não é desejável, indicando manutenção.
Os pontos de início e final das curvas indicam o assentamento da válvula, com máxima e mínima pressões.
O teste armazena todos os pontos de pressão e posição medidos durante o último teste feito, possibilitando ao usuário o salvamento em arquivo pessoal do gráfico completo para futura comparação. É sempre uma boa prática avaliar a curva ao instalar a válvula e, posteriormente, após alguns meses, executar o teste novamente e comparar com o original que foi armazenado na memória do posicionador. Se as curvas são diferentes, ajudará o usuário a diagnosticar o problema e até tomar a decisão de colocar a válvula em manutenção no momento apropriado.
A resposta ideal da válvula deve ser linear nos dois sentidos, na abertura e fechamento. A diferença entre as duas linhas é a fricção que é importante analisar, porque, conforme o atrito aumenta ou diminui, o tempo de resposta da válvula muda, introduzindo a variabilidade de processo.
PARTIAL STROKE TEST (PST)
Teste que verifica o desempenho em sistemas de segurança, em que o conjunto atuador/válvula permanece grande parte do tempo totalmente aberto ou fechado, podendo ocasionar emperramento no assentamento. Dessa forma, o teste executa uma abertura ou fechamento parcial (configurada pelo usuário) para garantir que o sistema está respondendo de acordo com o esperado.
Disponível apenas nos modelos com sensores de pressão integrados, esse teste é similar ao Full Stroke Test, com a diferença de que não executa abertura ou fechamento completo do sistema, necessitando de algumas configurações por parte do usuário.
Essas configurações estão citadas a seguir:
PST MODE: indica o modo de utilização do teste, em válvulas de segurança ou de controle. Caso o sistema não esteja posicionado de acordo com essa configuração no início do teste, ele será abortado e o status PST ABORTED será ativado.
PST TYPE: indica o tipo de movimento do teste, abertura ou fechamento. Caso o sistema não esteja posicionado de acordo com essa configuração no início do teste, ele será abortado e o status PST ABORTED será ativado.
PST OFFSET: indica o percurso a ser percorrido na abertura ou fechamento do teste, independentemente se em válvulas de segurança ou controle (mínimo de 5%).
PST PAUSE: indica o tempo (em segundos) de espera entre abertura e fechamento.
PST TIMEOUT: indica o tempo máximo permitido para realização do teste completo. Caso o teste ultrapasse esse tempo, será abortado e o status PST TIMEOUT será ativado.
PST BREAKOUT LIMIT: indica o tempo máximo permitido para que o sistema execute a movimentação inicial (breakout). Caso esse tempo seja ultrapassado, o teste será abortado e o status PST BREAKOUT será ativado.
PST CYCLE TIME: configura o tempo (em horas) para a execução automática do PST. Caso seja zero, o teste poderá ser executado apenas manualmente.
No gráfico da figura abaixo, temos um exemplo de curva em um sistema dupla ação após o Partial Stroke Test de segurança e abertura.
Além dos status já citados para o PST, existe ainda o status PST SP CHANGE, que indica uma alteração no Setpoint (o que afetará o controle desejado pelo usuário) e, consequentemente, prioridade em relação ao teste. Dessa forma, o teste será abortado.
O teste armazena todos os pontos de pressão e posição medidos durante o último teste feito, possibilitando ao usuário o salvamento em arquivo pessoal do gráfico completo para futura comparação.
OPEN/CLOSE TEST
Teste que verifica o tempo para a abertura e fechamento completo do sistema com desempenho máximo (máxima utilização da pressão aplicada). A execução desse teste alterará os valores das variáveis da taxa de abertura e fechamento para suavização do Setpoint (Rate Open/Close) para os valores de maior desempenho (mais rápido) possível.
Esse teste é executado automaticamente após o procedimento de Calibração Automática de Posição ou manualmente, sempre que o usuário desejar.
Conclusão
Pudemos conhecer alguns detalhes do VVP10-P, posicionador baseado em tecnologia digital com sensor Hall. A flexibilidade, recursividade e geração de diagnósticos avançados facilitam as condições de manutenção preventiva, preditiva e proativa.