César Cassiolato - Gerente de Produtos da Smar Equipamentos Industriais Ltda.
INTRODUÇÃO
O arquivo gsd é como se fosse um datasheet eletrônico do equipamento que trás detalhes de revisão de hardware e software, bus timing do equipamento e informações sobre a troca de dados cíclicos. As informações de troca de dados cíclicos para cada módulo permitido do equipamento são demarcadas pelas palavras-chaves “Module” e “EndModule”. Entenda como troca de dado cíclico a informação requisitada ou enviada pelo mestre classe 1 (PLC, por exemplo), de alta prioridade, e que é parte fundamental no controle e tomada de decisão.
Cada módulo possui um conjunto de Identifier Bytes ou Identifier Formats.Este artigo nos mostrará como cada identificador é interpretado pelo mestre classe 1.
ENTENDENDO OS IDENTIFIER FORMATS
Os Identifier Formats são usados na configuração entre o mestre classe 1 e seus escravos.Após a energização (conhecida como power up) os equipamentos escravos estão prontos para a troca de dados cíclicos com o mestre classe 1, mas para isto, a parametrização no mestre para aquele escravo deve estar correta. Estas informações são obtidas através dos arquivos gsds, que deve ser um para cada equipamento. Através dos comandos abaixo, o mestre executa todo processo de inicialização com os equipamentos:
· Get_Cfg: carrega a configuração dos escravos e verifica a configuração da rede;
· Set_Prm: escreve em parâmetros dos escravos e executa serviços de parametrização da rede;
· Set_Cfg: configura os escravos segundo entradas e saídas;
· Get_Cfg: um segundo comando, onde o mestre verificará a configuração dos escravos.
Todos estes serviços são baseados nas informações obtidas dos arquivos gsds.
Existem 3 tipos de Identifier Formats, onde a principal diferença entre eles é a quantidade de bits e bytes que eles podem representar:
· Simples: podem representar 8 e 16 bits de dados
· Especial: podem representar 8 e 16 bits de dados e ainda tipos em formatos especiais
· Especial para Profibus DP-V1: podem representar 8 e 16 bits de dados e tipos padrões definidos de acordo com o DP-V1.
Quando o formato for especial, veja Identifier Formats especiais.
Exemplo:
Figura 1a – Exemplo de Identifier Formats simples.
Identifier Formats especial
Figura 2 - Identifier Formats especial.
Note que através do formato especial pode-se descrever dados em 8 e 16 bits e que permitem módulos de até 64bytes/words.Vejamos o exemplo abaixo, onde para o campo de identificador temos 1 byte de comprimento de saída, 1 byte de comprimento de entrada em formato especial e um byte de dados de usuário.De acordo com o Length Byte 1, temos 64 words de saída com consistência em Word e de acordo com o Length Byte 2, temos 64 words de entrada com consistência em Word. Depois no Length Byte 2, temos um byte de dados de usuário que é específico e não pode ser descrito como padrão:
Figura 3a – Exemplo de Identifier Formats especial.
IDENTIFIER FORMATS DE ACORDO COM PROFIBUS DP-V1
Este formato pode representar 8 e 16 bits de dados e tipos padrões definidos de acordo com o DP-V1.A tabela a seguir lista alguns destes tipos.
Tabela 1 – Alguns tipos de dados manuseados de acordo com o Profibus DP-V1.
POR DENTRO DO IDENTIFIER FORMATS DE ACORDO COM O PROFIBUS DP-V1
Figura 4 - Identifier Formats de acordo com Profibus DP-V1.
COMPRIMENTO DE BYTES PARA IDENTIFIER FORMATS DE ACORDO COM PROFIBUS DP-V1
Figura 5 - Comprimento de bytes para Identifier Formats de acordo com Profibus DP-V.
No início do artigo, foi dado um exemplo para o Bloco Analog Input (AI).Note que podemos defini-lo em dois formatos: short e long. Vejamos o exemplo abaixo, considerando o formato long:
Figura 6 – Exemplo de Identifier Formats de acordo com o Bloco Analog Input (AI) do Profibus DP-V1.
Consideremos agora, um exemplo para o Bloco Analog Output (AO), onde temos a seguinte configuração possível entre várias: